Andar por estradas de fazendas era uma aventura, visto que fazíamos isto para procurar passarinhos, ou outro animal que fosse interessante, para fotografá-los.
Geralmente eu ia com um ou dois irmãos meus e alguns amigos da rua onde morávamos. Tínhamos que ser rápidos, porque geralmente os passarinhos não ficavam esperando a gente tirar as fotos. O resultado era quase sempre o mesmo. Poucas fotos de passarinhos e muitas fotos de nós mesmo.
Geralmente eu ia com um ou dois irmãos meus e alguns amigos da rua onde morávamos. Tínhamos que ser rápidos, porque geralmente os passarinhos não ficavam esperando a gente tirar as fotos. O resultado era quase sempre o mesmo. Poucas fotos de passarinhos e muitas fotos de nós mesmo.
Para tentar encontrar os passarinhos, a gente passava pela cerca das fazendas, geralmente feita de arame farpado, e caminhava pelo pasto que geralmente era de cor amarela e grama bem baixa, até o local onde havia as árvores.
Passarinhos a gente via voando por todo lado, mas pousado ou no ninho, somente nas árvores que geralmente ficavam distante das cercas.
Em uma destas aventuras, quando éramos cinco pessoas, eu, dois irmãos meus e dois amigos nosso, fomos até um lugar chamado de 48, bem próximo a cidade. Caminhando pouco tempo pela estrada de fazenda, vimos as árvores não muito distante dali. Passamos pela cerca em direção as árvores. Quando chegamos à mata, onde inclusive passava um riacho, vimos alguns bois bebendo água.
A primeira reação minha foi parar. Eu tinha medo de vaca, porque já tinha ouvido histórias de vacas que correram atrás de pessoas. Meus irmãos e os amigos nossos, disse para eu não ter medo, porque só corria atrás da gente, vaca com bezerro. Eles foram entrando pela mata e eu fui ficando para trás, reação natural de quem tinha medo de vaca, boi e qualquer outro animal que fosse maior que eu.
A primeira reação minha foi parar. Eu tinha medo de vaca, porque já tinha ouvido histórias de vacas que correram atrás de pessoas. Meus irmãos e os amigos nossos, disse para eu não ter medo, porque só corria atrás da gente, vaca com bezerro. Eles foram entrando pela mata e eu fui ficando para trás, reação natural de quem tinha medo de vaca, boi e qualquer outro animal que fosse maior que eu.
Após darmos alguns passos, eis que surge mugindo, uma vaca com um bezerro ao lado. No que ela mugiu pra gente, todos saíram correndo, em direção a cerca.
Saí correndo na frente, porque tinha ficado pra trás com medo. Mas poucos instantes depois, todos já estavam passando por mim, porque eu era o menor de todos, e gritando para eu correr mais.
Fui correndo o máximo que podia. Vi meus irmãos e amigos passando pela cerca e eu me aproximando dela. Eles começaram a gritar para eu ir logo porque a vaca estava chegando
Cheguei à cerca alguns segundos antes da vaca e passei por ela o mais rápido possível. Mas, na tentativa de passar pela cerca rapidamente, rasguei minha perna no arame farpado.
O rasgo na perna foi de próximo ao joelho até uns quinze centímetros em direção ao pé.
Gritei de dor e cai na estrada, com a perna cheia de sangue e a ferida aberta. O sangue até parou de sair, mas dava para ver dentro da perna, pois a parte que rasgou parecia que ia abrindo para os lados. Quando vi a minha perna aberta, tive um mal estar e comecei a passar mal. Fiquei pedindo ajuda, pois não estava bem.
Meu irmão saiu correndo em direção a nossa casa, para buscar ajuda, enquanto os outros ficaram comigo ali, tentando em vão, que eu parasse de gritar. Eu sentia muito mal e nem mais sentia a dor que foi passando e restou somente a ferida aberta. Nisto chegou a ambulância que me levou para a Unidade de Saúde de nosso bairro.
Foram muitos pontos que levei na perna. Foram muitos sermões que ouvi de minha mãe. Foram muitas ameaças que recebi de meu pai. Mas foram poucos dias que fiquei com a perna enfaixada, a ferida cicatrizou e restou apenas a cicatriz que ainda tenho até hoje. Lembrança de minha corrida de vaca com bezerro, onde desta vez, venci a corrida.
Não foi uma vitória para comemorar, mas gerou muitas risadas depois que tudo passou. Ainda hoje rimos com a lembrança do desespero meu correndo da vaca com bezerro.
Texto: Thymonthy Becker
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MINHA VIDA NA FAZENDA
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