A FAZENDA: O ARROZ

quarta-feira, 4 de julho de 2018

O ARROZ






O ARROZ
Grãos de vários tipo de arroz
Diversos historiadores e cientistas apontam o sudeste da Ásia como o local de origem do arroz. Na Índia, uma das regiões de maior diversidade e onde ocorrem numerosas variedades endêmicas, as províncias de Bengala e Assam, bem como na Mianmar, têm sido referidas como centros de origem dessa espécie. Bem antes de qualquer evidência histórica, o arroz foi, provavelmente, o principal alimento e a primeira planta cultivada na Ásia. As mais antigas referências ao arroz são encontradas na literatura chinesa, há cerca de 5.000 anos. Certas diferenças entre as formas de arroz cultivadas na Índia e sua classificação em grupos, de acordo com ciclo, exigência hídrica e valor nutritivo, foram mencionadas cerca de 1.000 a.C.
Arrozais em terraços das Cordilheiras das Filipinas.
Alguns autores apontam o Brasil como o primeiro país a cultivar esse cereal no continente americano. O arroz era o "milho d'água" (abati-uaupé) que os tupis, muito antes de conhecerem os portugueses, já colhiam nos alagados próximos ao litoral. Em 1587, lavouras arrozeiras já ocupavam terras na Bahia e, por volta de 1745, no Maranhão. Em 1766, a Coroa Portuguesa autorizou a instalação da primeira descascadora de arroz no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. A prática da orizicultura no Brasil, de forma organizada e racional, aconteceu em meados do século XVIII e daquela época até a metade do século XIX, o país foi um grande exportador de arroz.
Colheita de arroz em Kurihara no Japão.
CULTIVO DO ARROZ 
O arroz existe em variedades de grãos longos, médios e curtos. Ele cresce facilmente em jardins, canteiros e vasos, contanto que haja a quantidade certa de terra, água e nutrientes. Todas as variedades prosperam em condições úmidas, especificamente em poças de água parada ou condições pantanosas. Assim que o grão se desenvolve, a água onde ele cresceu deve ser drenada, para que a safra possa ser colhida e trilhada. Após essas etapas, o arroz pode ser consumido.
Arrozal semi-maduro em Bengala Ocidental, Índia.
JAPÃO, ARTE EM PLANTAÇÃO DE ARROZ 
Todos nós ouvimos sobre as marcas em círculos (alienígenas?) nas plantações, visto na televisão, no cinema, ou talvez na vida real, mas no Japão, você pode ver a arte do arroz nos campos. Todo ano os agricultores japoneses estão plantando diferentes tipos de arroz mostrado por sua cor diferente. 
Na província de Aomori no Japão, os agricultores de Inakadate são conhecidos pelos seus trabalhos que combinam a agricultura com a arte nos seus campos de plantação de arroz. A arte no tanbo (plantação de arroz) de Inakadate em Aomori começou em 1993 em reuniões dos comitês de associações locais como ideia de revitalização da pequena cidade.. No verão cerca de 500 turistas diariamente fizeram uma turnê e aplaudiram o espetáculo realizado pelos moradores desta vila. 

Os desenhos são habilmente planejados e semeados pelos agricultores. Para a criação dos desenhos, os agricultores não usam tinta. Em vez disso, utilizam o cultivo de arroz de cores diferentes, que foram estrategicamente dispostos e semeados no campo de arroz irrigado, que delineiam os contornos utilizando o arrozeiro roxo e amarelo (Kodaimai) junto com suas folhas verdes de Tsugaru, uma variedade romana, para criar estes padrões de cor a tempo entre o plantio e a colheita em setembro. O resultado são imagens espetaculares.
CULTIVO DO ARROZ  (Por: bordadocampo.com )
O cultivo do arroz é a principal atividade agrícola desta freguesia, sendo também responsável pelas belas paisagens que se vão transformando ao ritmo das estações do ano.
A cultura do arroz terá sido introduzida em Portugal no reinado de D. Dinis, no Baixo Mondego, na zona de Montemor-o-Velho, a partir de semente procedente da região de Sevilha.
Conhecido por “O Lavrador”, este rei governou em Portugal de 1279 a 1325.
Desenvolveu a agricultura, dando terras para cultivar a quem não as tinha (mas apenas se as trabalhassem) e por transformar zonas de pântanos em terras próprias para a agricultura

AS HISTÓRIAS DA CEGONHA CICI – O CULTIVO DO ARROZ NO BAIXO MONDEGO
Muitas crianças, particularmente as que vivem longe do campo, desconhecem de onde vem o arroz ou como ele se desenvolve. Especialmente a pensar nelas, em 2009 fizemos um vídeo didático no qual a “Cegonha Cici” explica o ciclo do cultivo do arroz.
De algum modo, este vídeo pretende ser também uma forma de preservar o património imaterial, particularmente das gentes da Borda do Campo, localidades situadas a sul do concelho da Figueira da Foz, no Baixo Mondego.

No Inverno os campos encontram-se em repouso após mais uma época de colheitas.
À medida que as chuvas vão caindo, os campos vão-se transformando num enorme espelho de água.
Em meados da Primavera tem início um novo ciclo de cultivo. Em Abril preparam-se os terrenos.
As maquinas limpam as valas para poder drenar e irrigar os campos.
A descida das águas é um festim para a aves, alimentando-se de lagostins a pequenos peixes.



Em meados de Abril, inicio da gradagem dos campos.
A utilização de rodas de ferro oferece maior sustentação ao trator e deixam menos rastos que as rodas de borracha.
Com a utilização de uma grade traseira remexem o terreno previamente alagado com água, para arrancar as ervas daninhas e nivelam o terreno deixando a superfície lisa e totalmente submersa.
Este processo também permite a formação de lama, ideal para receber o arroz previamente germinado e facilitar assim o seu enraizamento, evitando que seja arrancado e deslocado pelas pequenas ondas formadas pelo vento.
Apesar de já se poder semear o arroz através de avião, a maioria dos agricultores da Borda do Campo opta por fazê-lo a pé, de barca ou de trator. Para se poder guiar durante a sementeira, o agricultor divide o terreno em pequenos lotes, através da colocação de canas ao longo da sua propriedade.
Nos últimos dias de Abril decorre a sementeira do arroz. A azáfama no campo é muita e entre tractores e barcas, o arroz é lançado à água. Nesta zona do Baixo Mondego são várias as técnicas utilizadas para semear o arroz.
Semear a pé
Semear com boia
Semear de barca ou com trator
Para celebrar o fim da azáfama da sementeira do arroz, desde há alguns anos que se realiza no primeiro domingo de Maio a já tradicional Corrida de Barcas no Rio Pranto.
Eis um vídeo com alguns dos melhores momentos da Corrida de Barcas de 2009.


Pode ver mais sobre a Corrida de Barcas em:

Tal como qualquer outro cultivo agrícola, também o arroz precisa de cuidados para um crescimento saudável e rentável. Em Junho, quando o arroz já tem alguma altura acima da água, é adubado a pé, de tractor ou de avião.
Em meados de Junho voltam os trabalhos ao campo. Nesta altura procede-se à monda do arroz. Antes do aparecimento de químicos específicos, a monda – eliminação de ervas daninhas – era feita à mão pelas mondadeiras. Actualmente é frequente ver-se meios aéreos a cumprir essa tarefa.
Monda a pé
Monda de trator
Monda de avião

Para que os químicos produzam efeito, os campos devem ter pouca água. Nas grandes áreas os níveis das águas são controlados através de comportas, enquanto que nos pequenos canteiros é necessário bombeá-la.
Em Setembro chega a altura de ceifar o arroz. Em tempos o arroz era cortado à mão, mas actualmente essa prática apenas acontece para cortar algumas bordas que a ceifeira mecânica não consegue alcançar.
O Rancho Etnográfico da Borda do Campo também está muito ligado ao cultivo do arroz.
Eis um vídeo com a actuação do Rancho Etnográfico da Borda do Campo, uma dança dedicada as colheitas, ornamentados com cestos de espigas de arroz.


Pode ver mais sobre o Rancho Etnográfico da Borda do Campo em:
Rancho Etnográfico Infantil da Borda do Campo:

As palhas são retiradas do campo e armazenadas em forma de palheiros ou de fardos.
O arroz é levado para secar nas eiras ou em secadores mecânicos.
Para poder ser descascado, o moinho é o próximo destino do arroz. Finalmente pode ser consumido.
Com uma Tarara, separam-se os grãos de arroz inteiros da casca e dos grãos partidos.
Na aldeia do Casenho, freguesia da Borda do Campo, situa-se o último moinho em pleno funcionamento. Com 87 anos e com a força que a saúde ainda lhe permite é junto às mós que Manuel Carvalho se sente feliz.
Foi com a consciência da necessidade de preservar um pouco deste património que realizámos esta reportagem. Neste vídeo é possível observar uma actividade menos vista pelo público em geral, mas fundamental para o bom funcionamento do moinho – o picar da pedra.

Pode ver mais sobre a história dos moinhos desta região em:
E por fim o arroz chegou ao prato, com o tradicional arroz de Carneiro
E para sobremesa, um delicioso arroz doce com passas e pinhões.

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