A FAZENDA: A PESCARIA E OS LIMÕES

domingo, 25 de agosto de 2019

A PESCARIA E OS LIMÕES





Meu pai gosta muito de pescar. Ele pesca em muitos lugares perto de casa e um pouco mais longe aonde sempre vai a pé ou de bicicleta. Alguns lugares ele vai de trem até a estação e depois continua o restante do caminho até o rio a pé mesmo. Algumas pescarias do meu pai ele vai com os amigos e tios nosso. Geralmente nessas pescarias ele fica mais tempo. Nas pescarias que ele vai a pé ou de bicicleta ele leva minha mãe, alguns dos meus irmãos e eu.

Eu não gosto de pescar, mas tenho que ir assim mesmo. Alguns dos meus irmãos quando nasceram meu pai nem estava aqui, ele estava pescando e não deu para chegar a tempo de ver o nascimento. Um amigo de meu pai tem um rancho na beira de um grande lago formado por uma represa. Meu pai vai neste rancho pescar com este amigo dele, que eh o dono do rancho, geralmente na sexta e volta domingo.




Eles vão no carro deste dono do rancho. Sempre meu pai leva um ou dois filhos. Pela primeira vez meu pai disse que eu vou com ele. Mas desta vez somente eu vou com meu pai, porque o amigo dele que eh dono do rancho vai levar também outro amigo dele, assim não cabe outro irmão meu no carro. A gente sai na sexta depois do horário de serviço do meu pai e chega neste rancho bem a noite.
O Rancho
Mas hoje, antes da gente sair, meu pai me deu seis limões e pediu para que eu cuidasse deles porque precisaria destes limões lá no rancho. Disse que eu não podia perder nenhum deles, que os limões teriam que chegar todos e inteiros. Se faltasse um limão sequer eu ia se ver com ele, assim disse meu pai. Então, peguei o saquinho com os seis limões e fui com ele nas mãos durante a viagem de carro até o rancho.


Não podia dormir de jeito nenhum, porque os limões poderiam cair e eu não os encontrar dentro do carro. Os limões eh para serem colocados na pinga e assim fazer a caipirinha. Meu pai e o amigo dele e qualquer outro que vai com eles gostam de beber pinga. Neste rancho eles bebem bastante pinga e caipirinha.
Nesta viagem, quando chegamos na cidade de Pimenta, eles resolveram parar em uma lanchonete que tem na entrada da cidade.

Eu queria chegar logo no rancho para passar os limões para meu pai. Parar era um risco, pois eu podia perder os limões ou deixar algum deles cair e eu não ver. Mas tive que descer do carro também, meu pai disse que não queria correr riscos me deixando no carro sozinho. Descemos do carro e fiquei ali com os limões na mão enquanto eles tomavam cerveja. Não demorou muito e o dono do rancho chamou a gente para continuar a viagem. E lá vou eu segurando os limões como se fosse minha vida.
Os Limões
Chegamos no rancho por volta de dez da noite. O lugar eh muito escuro, quase não se vê nada. Não tem energia elétrica neste rancho. Depois que meu pai abre a porta do rancho, ele acende uma lamparina que tem um mini botijão de gás em baixo, que eles chamam de liquinho. O liquinho clareia toda a cozinha e se quiser clarear os quartos, tem que levar este liquinho até la´. Meu pai meu mostrou a cama que eu iria dormir, pegou minhas coisas e mandou eu ajeitar a cama para dormir.


Depois que arrumei tudo, coloquei o saquinho com os limões debaixo do travesseiro, assim não corria o risco de perdê-los e fui dormir. Meu pai e os amigos dele ficaram conversando na cozinha. No outro dia quando acordei, não vi ninguém nas camas do quarto. Todos já tinham levantado. Ouvi eles conversando na cozinha e quando cheguei lá meu pai disse que o café estava pronto. Era pra eu lavar o rosto, escovar os dentes e vir tomar café. Eu estava segurando o saquinho com os limões. Quis entregar os limões para meu pai, mas ele disse que era para continuar segurando eles até ele precisar.

Assim, tomei café com o saquinho com os seis limões do meu lado. Meu pai e os amigos dele saíram da casa do rancho e me disse que quando acabasse levasse os limões lá fora para ele. Assim, terminei meu café saí lá para o lado de fora com os limões. Quando saí lá fora vi que tinha plantado ali três grandes pés de limões e os três estavam carregado de limões. Parecia ter mais limão que folha. Fiquei olhando aquele monte de limão sem entender nada e meu pai e seus amigos caíram na gargalhada.

Meu pai pegou os limões comigo e disse: esperava que acontecesse de tudo com esses limões, menos que você chegasse com todos aqui. Até domingo quando viemos embora, os amigos do meu pai ficava sempre me zoando perguntando pelos limões. 


Textos e fotos: Thymonthy Becker (Pwalwer Kkall)




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