Minha tia, irmã de minha mãe eh nossa vizinha. Ela tem um cachorro que comprou para levar para o sítio que ela tem e fica fora da cidade. Este cachorro passou um tempo morando na casa dela e ele gostava de descansar e dormir em cima do pedal da máquina de costura de minha tia. O nome dele eh "Bolinha"
Como eu gosto de ficar debaixo da mesa, meu irmão mais velho, que gosta muito de zoar com as pessoas, logo me apelidou de "Bolinha", dizendo que eu sou o cachorrinho da família. E assim, ele e todos de minha casa só me chamam de Bolinha. Quase não ouço ninguém dizer meu nome, pois até os outros meninos da rua e amigos de meus irmãos só me conhecem por Bolinha. Sempre dizendo que eu sou o cachorrinho da família.
Ser o filho caçula de dezoito irmãos tira de você todos os privilégios e faz de você uma espécie de faz tudo. Assim, quando minha mãe pede para algum irmão meu fazer alguma coisa ou buscar algo, eles sempre dizem: "Pede pro Bolinha" ou "O Bolinha faz". "Manda o Bolinha".
"Pede, manda, faz, segura, vai, ajuda". Meus pais acabaram se acostumando a me mandar fazer tudo e meus irmãos também. Quando precisam de alguma coisa gritam logo meu nome: "Bolinha vai ali pra mim"!
Assim eu virei uma espécie de faz tudo. Vou à padaria que fica lá na cidade, para buscar o pão da tarde. Minha mãe sempre manda eu ir mais cedo porque diz ela que eu demoro uma eternidade só para ir na padaria. Quando eh para comprar carne eu vou porque não posso dizer não. Nenhum de meus irmãos gosta de ir comprar carne para minha vó. Minha mãe escreve em um pedaço de papel o que ela quer comprar e eu só tenho que entregar ao vendedor, seja da padaria, seja do açougue, seja do verdureiro ou qualquer outro lugar que minha mãe me mande ir.
Se ela não escrever no papel o que quer, quando eu chego onde vou comprar, já não lembro o que ela pediu. Quando meu pai me chama pra fazer alguma coisa, nem posso dizer "espera um pouco", como meus irmãos mais velhos fazem. Tenho que largar qualquer coisa que eu esteja fazendo e ir correndo. Se eu disser espere um pouco, apanho e muito. Só meus irmãos mais velhos podem pedir meu pai para esperar um pouco.
Se ela não escrever no papel o que quer, quando eu chego onde vou comprar, já não lembro o que ela pediu. Quando meu pai me chama pra fazer alguma coisa, nem posso dizer "espera um pouco", como meus irmãos mais velhos fazem. Tenho que largar qualquer coisa que eu esteja fazendo e ir correndo. Se eu disser espere um pouco, apanho e muito. Só meus irmãos mais velhos podem pedir meu pai para esperar um pouco.
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