A FAZENDA: AS BANANAS

sábado, 17 de agosto de 2019

AS BANANAS





Aqui em casa tem muitos pés de bananas. Elas ficam no terreiro e tem dois tipos de bananas.




Meus irmãos dizem que são bananas caturra e banana prata. Os pés de banana prata só dão cachos quando estão bem altos e os de caturra quando chega na altura do muro já dão os cachos de bananas. Os pés daqui de casa tem cachos de bananas, mas estão todas verdes ainda. Por isso, minha mãe me pediu para ir ao verdureiro que fica na cidade para comprar bananas.

Ela escreveu no papel que queria todo o dinheiro que estava comigo em bananas. Fui como sempre, andando devagar e com meu pneu velho de bicicleta que eu brincava de rodar pneu. A brincadeira era ir batendo neste pneu para ele ir rodando. Em quase todos os lugares que eu vou, sempre vou tocando pneu. Minha mãe às vezes não deixava eu ir com meu pneu, porque segundo ela, era o motivo porque eu levava uma eternidade para fazer alguma coisa.
Mas fui comprar as bananas tocando meu pneu. Um bom tempo depois cheguei em casa. Quando entrei em casa, minha mãe ficou me olhando como quem esperava eu dizer ou fazer alguma coisa. Fiquei olhando pra minha mãe quando ela me perguntou pelas bananas. Só então percebi que tinha deixado as bananas no verdureiro.

Minha mãe começou a me xingar, ameaçou de me bater, mas eu corri para o terreiro. Então ela chamou um irmão mais velho meu e mandou ele ir até o verdureiro para buscar as bananas que eu tinha esquecido lá. Meu irmão reclamou com minha mãe, disse que era eu que tinha que voltar. Meu irmão começou a me xingar dizendo que eu era lerdo, burro, fazia os trem tudo errado e vivia no mundo da lua. Meu irmão foi até o terreiro e me deu uns cascudos na cabeça, dizendo ele que era por ter que ir à cidade para corrigir as burradas que eu faço.

Não entrei em casa com medo de minha mãe me bater e fiquei no terreiro esperando meu irmão chegar com as bananas, assim a raiva de minha mãe passava e ela não me batia. Mas meu irmão veio sem as bananas, o verdureiro já estava fechado. Só iria poder pegar as bananas no outro dia. Quando meu irmão disse isso pra minha mãe, ela ficou brava, começou a me xingar e veio no terreiro me procurar para me bater. Mas eu corri e me escondi dela. Ela dizia que quando me pegasse ia me bater muito. Continuei no terreiro de casa e como já estava escurecendo eu tinha que entrar porque tinha medo de ficar ali a noite.
Por sorte minha o dono do lugar onde eu comprei as bananas, que já conhecia a gente, foi de bicicleta até lá em casa levar as bananas que eu tinha esquecido. Entregou as bananas para minha mãe dizendo que não viu eu saindo sem as bananas. Com isso, a raiva de minha mãe passou e eu entrei em casa. Mas ainda assim, quando passei por minha mãe, ela me segurou pelo braço e deu umas palmadas na minha bunda.

Foi suficiente para meus irmãos rirem muito e dizerem que o doido do Bolinha apanhou de novo. Eu não chorei. Fui pra minha cama debaixo da mesa torcendo para minha mãe não contar para o meu pai que eu tinha esquecido as bananas.

Fonte dos textos e fotos: Thymonthy Becker 


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