A FAZENDA: PULANDO DE CIMA DO MURO

terça-feira, 20 de agosto de 2019

PULANDO DE CIMA DO MURO





Meu pai está arrumando o muro do terreiro aqui de casa. O caminhão da empresa onde ele trabalha trouxe areia para ele e despejou ao lado do portão de nossa casa. Ficou um monte alto de areia, quase da altura do muro. Meu pai foi levando a areia a medida que ia precisando.




Eu estava debaixo da mesa junto com meu irmão, fazendo meu dever. Assim que terminamos meu irmão já saiu correndo para ir na rua. Fiquei guardando meu material em minha mochila que já esta um pouco rasgada no fundo por eu arrastá-la ao carregá-la para a escola.
Depois que guardei meu material fui lá para fora também. Vi aquela areia, que só tinha um pequeno monte, pois meu pai já tinha levado a maior parte pra dentro de casa. Fiquei andando em cima de areia e achei legal o pé da gente afundar nela. Então achei que seria legal se eu pulasse de cima do muro no monte de areia.

Meu pai estava dentro de casa arrumando o muro. Minha mãe também estava dentro de casa. Alguns de meus irmãos estavam conversando com os amigos sentados em uma pedra grande que tinha no canto da linha, ao lado da linha do trem. Então, fui para o lado de dentro de nossa casa, para que meus irmãos não me vissem subindo no muro.
Nosso muro, assim como o de todas as casas do nosso bairro, até no meio eh só muro mesmo. Do meio pra cima ele tem vários buracos do tamanho do tijolo que meu pai dizia ser o modelo do muro. Peguei lá no terreiro uma lata vazia de gordura de porco de vinte quilos para servir de apoio para subir no muro.

Com dificuldades consegui chegar nestes buracos que tem no muro e ai ficou fácil subir o restante. O muro não eh alto demais, mas também não eh baixo. Minha ideia era chegar na pilastra, que eh uma parte larga e quadrada do muro, e pular lá cima no monte de areia. Só que essa pilastra não estava no rumo do monte de areia, eu teria que dar um impulso se quisesse pular em cima da areia.
Quando consegui chegar nesta pilastra, meu irmão que estava do outro lado da rua me viu e gritou para eu descer e veio correndo em minha direção. Antes que ele chegasse eu pulei apressadamente. Só que eu errei o monte de areia e acabei pulando no chão. No chão cai e fiquei e gritando de dor. Veio minha mãe correndo, meu pai e meus irmãos que estava dentro de casa.

Meu irmão que estava do lado de fora ficou dizendo que eu tinha subido no muro e pulado lá de cima. Minha mãe ficou xingando meu irmão que estava lá fora dizendo que a culpa era dele por ter me deixado subir no muro. Meu pai ficou dizendo que o único jeito era me deixar amarrado no pé da mesa. Meus irmãos que estavam dentro de casa ficaram dando gargalhadas dizendo que eu pulei tentando voar, o que não eh verdade, eu só tinha errado a areia.
A minha tia e vizinha nossa, a única que tem telefone no bairro, ligou para o pronto socorro e a ambulância veio e me levou ao pronto socorro. Depois me trouxe em casa. Eu quebrei o pé direito, a perna direita e o braço direito. Com a perna inteira engessada, o pé e o braço, eu andava com dificuldades e ficava quase que só debaixo da mesa.

Por estar engessado eu não estou indo à escola. Meu pai ficou dizendo: pelo menos teremos um pouco de sossego durante um tempo. Minha mãe respondeu: prefiro ele dando trabalho que machucado debaixo da mesa. Meus irmãos falam toda hora que passam pela mesa onde eu durmo debaixo dela e me vêm lá deitado: E ai, vai tentar voar de novo?

Fonte dos textos e fotos: Thymonthy Becker (Pwalwer Kkall)





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